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sexta-feira, 16 de abril de 2010

EU: PALITO DE FÓSFORO


A noite está escura, é inverno na floresta, nesses tempos os períodos de escuridão são maiores; as trevas dominam e só existem nuances leves de iluminação, mesmo assim não é possível enxergar mais ao longe, nada pode ser identificado além de dez centímetros dos olhos. Em derredor ruídos amedrontadores de feras que tentam se aproximar e sentem de certa forma o odor do medo que assalta todo o corpo. O frio característico do inverno parece estar potencializado nesta noite; as roupas e o calçado não oferecem o calor necessário para que haja a mínima sensação de proteção ou quentura, os pés já estão quase dormentes. Além de tudo isso a fome aumenta, tanta energia está sendo gasta pra que o corpo trêmulo tente regular a própria temperatura, que se continuar desta forma, logo todo o sistema entrará em falência.
E assim a escuridão da noite se arrasta como uma eternidade; todos os sentidos estão sendo instigados aumentando ainda mais a desgraça desta situação adversa – desventuras em serie, esta seria a melhor descrição do momento.
A mente já cansada começa a pensar no que poderia resolver toda aquela situação, o que poderia sanar de forma rápida a maioria dos problemas enfrentados naquela circunstância? Mas deveria ser apenas uma coisa, uma única coisa que desse fim a tormenta.
Após algumas ponderações, chega-se a conclusão: necessita-se de iluminação, aquecimento, proteção contra animais; ou seja, precisa-se de FOGO!
Mas como? Com o que? Ao redor muitas árvores, troncos no chão, mas a maioria são madeiras grossas e com cascas úmidas; é necessário encontrar alguns gravetos secos, ou pelo menos não tão molhados; com auxilio do tato, alguns gravetos são encontrados no chão, menos espessos que os troncos e galhos caídos, também menos úmidos, ideais para dar inicio ao fim do sufoco; porém é preciso de algo mais, a primeira chama, como consegui-la?
E daí vem à idéia, mete a mão no bolso e no meio das coisas perdidas, esquecidas, não tão valorizadas está à possível solução, ou pelo menos o inicio de um novo momento – uma caixa de fósforos com um palito dentro, um único palito; um pedaço de madeira processado, industrializado, destinado a queimar, feito para ser incendiado, fino, pequeno, mas trazendo consigo a responsabilidade de virar cinza, ser carbonizado para dar possibilidades a uma vida.
Após o atrito do palito com a lixa da caixa, rasga a escuridão uma chama de luz, de calor, de esperança; agora se deve ter o máximo de cuidado pra que os outros gravetos logo fiquem incendiados; eles devem se aquecer e queimar antes que a pequena e importantíssima chama do palito se vá. Os pequenos galhos devem ficar bem próximos a fim de se criar um emaranhado propicio ao crescimento e irradiação da chama; quanto mais próximos, mais possibilidades existem do fogo pegar. É importante ainda que madeira úmida não esteja no meio, pelo menos não por enquanto, elas devem ficar em volta para primeiro se aquecerem e depois queimarem, este primeiro momento pode separar uma fogueira de sucesso ou apenas uma breve fumaceira.
Quando os gravetos começam a estalar crepitando no fogo, significa que a fogueira está pronta pra receber mais madeira, agora com chamas altas, pode ate vir madeiras úmidas, pois logo elas se aquecerão e não poderão suportar as labaredas, elas serão o combustível de mais calor e iluminação.
Neste momento olha-se em volta e não há mais escuridão, a floresta dantes escura dá lugar a um novo clarão, o frio cede ao calor das chamas e o perigo representado pelos seres da mata já não existe, agora só há a segurança da fogueira, pois esta afugenta tais seres.
Assim vai chegando a bonança, o corpo se acalma e tranqüilo aguarda a chegada do dia, os sentidos se reorganizam de tal forma que seria possível até esquecer que se está no meio da mata; essa é a “paz em meio a guerra”!Agora depois de ver as altas labaredas, novas ponderações são feitas:
 O fogo pegou!
 Só precisei apenas de um palito de fósforo!
 E se não tivesse o palito, até quando agüentaria?
O palito foi o primeiro, foi o responsável, foi o desencadeador de reações; mesmo que no fim da fogueira ele não esteja presente nem nas cinzas, num momento crucial ele foi o diferencial - a pequena chama que incendiou a floresta.
Elizeu Cruz dos Santos

Agentes de transformação: Transformai-vos para Transformar!!!

Onde estão os inconformados deste tempo?

Vivemos em tempos difíceis, porém muito semelhantes aos dos profetas e dos grandes homens e mulheres de Deus. Pessoas que não se conformaram com os valores, costumes e situações deste mundo. Assim como no tempo dos profetas, a religiosidade tem contaminado a muitos, o relacionamento com Deus tem diminuído, as desgraças aumentado, enfim, o mal tem dominado.
Mas Deus deseja mudar a nossa história, O Senhor procura “meninos, homens ou mulheres” Inconformados com este tempo. Deus está convocando os "INCONFORMADOS" para que entrem em ação e mudarem a história.
Deus não está querendo apenas indivíduos que não bebam ou fumem, ELE quer criaturas que não furem filas, que não sejam sonegadoras, que não mintam, que não sejam encrenqueiros, fofoqueiros, dissimulados, que não gastem o tempo precioso assistindo novelas, programas imundos de TV e ate Malhação!! Isso mesmo; parece loucura? Mas Deus está procurando por Loucos do tipo:
Adolescentes, que mesmo sendo pequenos, saiam de peito aberto pra “entrar na mão” com o gigante;
• Jovens que se lancem pra guerra numa missão tida como suicida de 300 contra 20.000;
• Meninas que não se preocupem em derramar seu mais precioso bem nos pés de um mestre descalço e ainda os secar com o cabelo;
• Rapazes que estejam dispostos a abrir mão de sua própria alimentação e dividi-la com outros cinco mil;
• Mulheres e homens prontos a abrir mão do conforto do lar, sendo andarilhos por mais de 25 anos, apenas por uma promessa.


Estes são os loucos que nós adimiramos, mas que não queremos ser; Onde estão os Elias? Os Davis? Os Gideões? As Marias? Os Neemias? Os Samueis? Os Josués? Os Calebes? Os Isaías? Os Jeremias? As Estés? As Déboras? Onde se encontram os loucos e inconformados que Deus busca? “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem ... aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação...Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens...” (I Coríntios 1: 18-25).
Os inconformados com este mundo são homens e mulheres dependentes de Deus. Que buscam uma mente transformada, renovada (Rm 12.2). São pessoas que se consagram a Deus, vivem perante a sua face, que sabem ouvir a sua voz e são corajosos.